quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Hoje você vai levar o quê?

Temos assaltos, seqüestros, estupros, assassinatos, latrocínios, feridos, brigas, rebeliões, violência, violência, violência...

Quem vai querer? Temos de todos os tipos e formas – brancos, pretos, classe baixa, média e alta, crianças, jovens, adultos, velhos, homens e mulheres, gays, facas, estiletes, revólveres, granadas, metralhadoras e até bazucas.

A grande feira da mídia está pronta! Muitos são os vendedores e muitos os compradores. A mercadoria, então, é de melhor qualidade. Fresquinhas. Saíram agora, da última colheita.

A verdadeira e ao mesmo tempo cruel realidade da mídia brasileira é esta. As pessoas se transformaram em produtos, frutas, legumes, que são vendidos, hoje, em qualquer esquina. Que a mídia banaliza qualquer coisa, não é novidade pra ninguém. Agora, banalizar a morte é degradante. A vida já está banalizada! Era pra não, mas está. Só que nos acostumamos com isso. Atualmente é normal – ou aceitamos ser normal – a forma como vivemos. De forma pacata, como bons brasileiros! Tudo está bem, tudo está tranqüilo, eu aceito tudo, sou imparcial com as coisas, um exemplar diplomata. Se meche comigo, fico nervoso, mas se é com o outro, não me importo. É o destino! Temos que aceitar o que somos, temos que aceitar as desigualdades, as faltas de oportunidades – aceitamos um pouco de corrupção, negligenciamos e como dizem por aí, sou brasileiro e não desisto nunca! Não desiste do quê?

Viver é banal. Mas morrer também?
A mídia como grande formadora de opinião tem o importante papel de levar informação ao seu público. Concordo que sem a mídia certamente iríamos perecer de conhecimento. Nada contra ela, só não aceito a forma que a violência e a morte são expostas. E o pior. Não nos impacta mais saber, ver e ouvir que a violência está à porta. Se morrem um ou 10, não faz diferença. Vemos um noticiário que nos diz o número de mortos do final de semana – 15 – mas são 15, só na sua cidade. Ouvimos - Ah! Normal! - Ou - menos mal, no final de semana retrasado foram 18, já baixou.

Morrer poucos ou muitos não faz diferença. Lembro-me que há poucos anos atrás, quando ouvíamos que alguém morreu, todos ficavam perplexos. Seja uma pessoa conhecida ou não, mas se morreu era de assustar. Hoje o que nos choca é quando os números de mortos ou feridos se elevam em conseqüência de alguma catástrofe ou algum ato terrorista. E a feira da mídia se enaltece. Vende mais, né! Quando compramos um jornal ou vemos e ouvimos que foram mais de 100 mortos, aí a coisa muda. Mais de 100? É o fim do mundo! Então, quando este número chega ao milhar, aí verdadeiramente nós dizemos – é o Apocalipse.

Mas e os 15 que morreram no final de semana?
Interessante como até os jornalistas não sentem mais emoção em transmitir as notícias de tragédia. Observem que quando falam que morreram 30 no Iraque, por causa de um homem-bomba é a mesma coisa de dizer, que pesquisas mostram que o funk carioca está em alta no Brasil. Pra quê se impressionar com 30 mortos? Lá morrem mais ou menos isso todo dia. É normal. Normalíssimo, só não é pra quem vai enterrar um ente-querido pela primeira vez.

Agora, o espetáculo está armado quando “valorizam” em algum fato que possivelmente será polêmico e repercutirá nas conversas de todos os brasileiros.

Jogaram uma criança da janela. Garoto é arrastado pela rua, preso a um carro. Seqüestro termina em morte da refém. É certo que, todos nós, ao lermos estes três acontecimentos citados, faremos uma ligação com três famosos casos em que a mídia se esbaldou em martelá-los em nossas casas e mentes. No decorrer de um ano, sempre é preciso pegar algum fato de violência e fazê-lo – de maneira bem forçada e dramática – ser o destaque. A morte de Isabella Nardoni foi revoltante? Sim. Mas quantas Isabellas Nardoni estão caindo das janelas e sofrendo violência doméstica? João Hélio foi morto de forma cruel? Sim. Mas e tantos outros Joãos Hélio, que são e estão desconhecidos? Cadê a mídia para dar a estes a devida importância e homenagem que deram para João Hélio? Eloá ficou na mídia sendo comentada por quantos dias? E as diversas outras vítimas de seus namorados? 15 ou 30 segundos – anunciadas em pequenas notas pelos jornalistas, seja na TV, ou em pequenas notícias no jornal impresso que fica bem lá canto inferior da página? Difícil de alguém ler.

Na mídia é igual na feira. Você só vende o que quer vender. Seja frutas ou legumes, seja morangos ou jilós a escolha é do vendedor. E o freguês compra também o quer. Mas quando o vendedor é bom de lábia, o comprador leva pra casa até umas bananas que já estão quase podres. É só fazer um preço mais camarada que convence, já que brasileiro gosta de pechinchar – e muito.

Quem é o culpado de levar isto para dentro de sua casa? O vendedor ou o cliente?

Anoitece e raia um novo dia. E a feira reabre e a mercadoria ta novinha.

Temos assaltos, seqüestros, estupros, assassinatos, latrocínios, feridos, brigas, rebeliões, violência, violência, violência...

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Jornalismo impresso: Acaba ou não?

Observem estes dados. O tempo médio gasto na leitura dos jornais nos Estados Unidos não chega a 30 minutos por dia. Oito em cada dez americanos entre 18 e 34 anos nem batem os olhos num jornal. Quase 40% das pessoas com menos de 35 anos, disseram que esperam usar a internet no futuro para se informar. Só 8% falaram em se informar pelos jornais. Estes são, alguns, dos diversos dados colhidos em uma pesquisa realizada com americanos, em que o objetivo era constatar a aceitação, ou não, do jornal impresso no cotidiano das pessoas. Estudiosos, pesquisadores e jornalistas questionam um assunto que ecoa há alguns anos com o surgimento das novas mídias eletrônicas – o fim do jornalismo impresso. Os comunicólogos, em especial os jornalistas, se dividem entre os que acreditam na permanência do jornal de papel e os que crêem no desaparecimento do mesmo. Com o advento de novas tecnologias na área de comunicação, há quem diga que num futuro próximo restará apenas a versão online e televisiva para se passar uma informação. Baseiam-se nas pessoas mais jovens que preferem as telas dos computadores, noteebooks e palmtops – mídias usadas quase diariamente por uma população cada vez mais nova.

A escolha da juventude atual não é o único argumento para o fim do jornal impresso. Entre essa questão, há outros motivos, tais como, a realização e divulgação lenta de notícias, se comparada à elaboração de uma notícia para a internet ou televisão, e o custo alto devido a impressão em papel e distribuição trabalhosa envolvendo motoristas e carregadores. Alguns afirmam que a internet é apenas um dos fatores que podem levar o jornal a desaparecer. Outro fator também é a queda do investimento publicitário desde a década de 90.

Os jornais de alguns países como França e Estados Unidos já sentem o impacto e decadência do impresso. Em 1946, a França tinha 28 jornais diários vendendo seis milhões de exemplares. Atualmente, eles são apenas 11 e o total de vendas diárias não passa de dois milhões de exemplares. A direção do The New York Times – jornal mais conhecido e lido em todo o mundo – confessa estar sofrendo prejuízos com suas edições em papel. Por outro lado, os acessos à versão online do tablóide, já superam um milhão e meio por dia, enquanto um milhão e cem mil pessoas lêem os impressos. Realidade diferente no Brasil. Os levantamentos de circulação e publicidade mostram progresso nos jornais brasileiros. O Instituto de Verificador de Circulação (IVC) tem bons números registrados no ano passado. A média diária dos 103 jornais filiados ao IVC cresceu 8,1% comparados à média do primeiro semestre de 2007. Os jornais passaram a vender 4,39 milhões de exemplares por dia, enquanto há dois anos vendiam 4,06 milhões de unidades diárias.

Marcelo Freitas, professor e coordenador do laboratório de jornalismo impresso da Faculdade Estácio de Sá de Belo Horizonte, possui uma visão otimista sobre a perenidade do jornal impresso. Para ele o impresso só vai continuar se a forma de fazer notícia mudar. “O jornal vai deixar de trazer matérias de ontem. Terá um papel mais reflexivo, quem sabe, literário”, conta. Marcelo diz que as notícias factuais tendem a ficarem com as mídias eletrônicas, enquanto os jornais passarão a terem características de textos para revista. Quando questionado se há algum prazo para o desaparecimento dos impressos, o professor enfaticamente diz que “será indeterminado”.

Da mesma forma que existem os prós e contras ao jornalismo impresso, as mídias eletrônicas, em especial a internet, não escapam das críticas. O dinamismo das publicações de notícias em blogs ou portais pode ser um erro. Pela rapidez em divulgar o fato, as matérias podem ter falhas e falta de alguma informação. Dependendo do site de notícias, o receptor pode não saber com quem reclamar quando ler alguma informação errônea ou de difícil compreensão, perdendo, assim, credibilidade e confiança do internauta. Diferente dos jornais impressos, pois se sabe o endereço, telefone, CNPJ da empresa para contato.

O impresso tem perdurado por longos anos. Será que a tecnologia abafará sua existência?

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Dilema: Copa do Mundo em 2014 e Jogos Olímpicos em 2016 – tudo no Brasil

Por que o Brasil tem seus prós e contras em sediar dois eventos internacionais de grande porte
Nervosismo, ansiedade e expectativa. Estas são características marcantes na vida de muitos brasileiros, principalmente cidadãos e autoridades cariocas, que pautam suas sensibilidades aos acontecimentos nos últimos meses, referentes à esperança do Brasil ser sede das Olímpiadas de 2016. A Copa do Mundo em 2014 já é nossa. Agora, a nação verde-amarela aguarda a decisão do COI (Comitê Olímpico Internacional) no próximo dia 2, sexta-feira, ao qual definirá a cidade-sede que realizará os Jogos Olímpicos – 2016. Rio de Janeiro, Chicago, Tóquio e Madri são as quatro e únicas cidades candidatas aos Jogos de 2016.

A cidade maravilhosa tenta ser a primeira metrópole da América do Sul a organizar uma Olimpíada. E, para isso, o governo federal, estadual e municipal investirá massivamente, caso o Rio vença a candidatura, em obras para aperfeiçoamento de infraestruras essencias. De acordo com o secretário-geral da candidatura brasileira, Carlos Roberto Osório, os aeroportos da cidade carioca e os de São Paulo serão melhorados até 2014, valendo também para telecomunicações, tecnologia e construção de novos hotéis. Osório ainda afirmou que após a Copa do Mundo de 2014, o Rio de Janeiro terá vasta vantagem e eficácia em sediar com qualidade os Jogos. “O investimento será de R$1,25 bi, com 40 por cento desse montante já coberto pelo orçamento da Copa. Quanto à qualidade, até 2016, teremos pessoal treinado e experiente em evento internacional. A Copa do Mundo atua em nosso favor”, afirmou Osório.

Entretanto, o temor de realizar dois eventos internacionais, com intervalo de dois anos somente, assola o sonho do Brasil. O presidente do COI, Jacques Rogge, declarou que as pretensões do país em sediar dois eventos de grande porte são audaciosas. Para o belga, o Brasil deve se concentrar em apenas um dos objetivos: Copa ou Olímpiadas. Rogge classificou o evento da Copa do Mundo como de menor complexidade para ser realizado ao contrário dos Jogos Olímpícos. “São 600 jogadores de futebol contra 10.000 atletas olímpicos. A cidade sede tem de ter estruturas suficientes, por exemplo, de transporte e hotelaria para comportar tamanha concentração de veículos e de pessoas”, diz Rogge. A realização do evento futebolístico e a falta de leitos nos hóteis do Rio foram os principais obstáculos encontrados pela comissão do COI. O presidente do Comitê há alguns meses atrás, visitou o estádio carioca João Havelange e a Vila Pan-Americana – onde ocorreu os Jogos Pan-Americanos de 2007. Satisfeito, ele elogiou os locais.

Organizar dois eventos de grande magnitude no espaço de dois anos, não será novidade para o Brasil. Isto já ocorreu em 1994, nos Estados Unidos. A América sediou a Copa do Mundo e após dois anos, tiveram as Olimpíadas em Atlanta.
Ouça duas entrevistas exclusivas, sobre esta notícia, de quem entende do assunto.
César Macedo é professor de Jornalismo na Faculdade Estácio de Sá de Belo Horizonte, trabalhou como repórter esportivo no jornal Diário da Tarde e cobriu matérias de esporte no jornal Hoje em Dia.

Osvaldo Reis, “Pequetito” é estudante de Jornalismo e locutor esportivo das Rádios Globo Minas e CBN.
Quer ler mais matérias sobre as Olimpíadas de 2016? Então, CLIQUE AQUI!

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Diagramando as páginas da vida de Ubiratã Teixeira

“A formatação visual dos jornais impressos me fascina. Quero analisar ao longo dos anos, quais os recursos infográficos e visuais que os jornais vem usando para atrair o leitor”, revela o diagramador Ubiratã Gomes Teixeira, 36. Essa foi a principal fala – segundo o próprio Ubiratã – quando ele diz em entrevista exclusiva, concedida ao repórter enviado especial Bernard Hermógenes, qual o tema que pretende trabalhar em sua conclusão de curso. O organizador de textos e fotos das páginas de jornal – como é popularmente conhecido – trabalha nesta área há mais de dez anos. E, por isso, o interesse em construir sua monografia, embasado na idéia de observar a diagramação dos principais jornais em circulação da capital mineira.

No final da década de 80, Ubiratã começa a dar seus primeiros passos rumo ao jornalismo - sua paixão. No ano de 1988, é contratado pelo Estado de Minas e inicia seu trabalho como diagramador. Formado no ano de 2000, em Gestão de Empreendimentos na faculdade UNA, Ubiratã sempre pautou sua vida na área de
comunicação social. Como empreendedor, foi dono de uma empresa de assessoria de imprensa, voltada para a assistência de sites em geral, contudo, focando basicamente em portais eletrônicos de empresas de informática. Atualmente, continua a trabalhar no Diário dos Associados, diagramando as páginas do caderno de fofocas do jornal Aqui, pertencente ao Estado de Minas.

Arquivo Pessoal
Hoje, é estudante de jornalismo, cursando o sétimo período, e já está ansioso em saber, que no próximo e último semestre, terá de apresentar seu trabalho final para conclusão do curso de comunicação. “Gosto muito do curso de jornalismo e já tenho algumas práticas jornalísticas. Estou na faculdade para buscar conhecimento didático”, explica. Depois de obter o certificado de jornalista, Ubiratã quer continuar trabalhando na redação do Estado de Minas, porém, não mais na profissão de diagramador e, sim, como repórter policial. Ele também ressalta que a sala de aula vai lhe ajudar, e muito, em melhorar seu português e a gramática. “Confesso ter uma falha grave: a língua portuguesa. Preciso, a cada dia, aperfeiçoar minha fala e escrita”, desabafa Ubiratã Teixeira.

No trabalho de conclusão de curso, conhecido pela sigla TCC, o futuro jornalista avaliará a projeção gráfica dos jornais, Estado de Minas, Hoje em Dia e O Tempo. Para tal análise, ele contará com o aprendizado acadêmico e com sua experiência ativa no assunto.

Leia também:

Estudante de jornalismo quer saber o por quê da mídia não aceitar a descaracterização de alguns jornalistas, diante da padronização do telejornalismo.

domingo, 23 de agosto de 2009

Dinheiro de fiéis estaria sendo mal empregado



Renasce o antigo embate entre a Rede Record e a Rede Globo. A briga entre as principais emissoras de televisão do país recomeçou neste mês, quando a TV Globo, em pleno horário nobre, divulgou no Jornal Nacional o fato da Justiça paulista ter acatado denúncias contra Edir Macedo, fundador da Igreja Universal e detentor da TV Record e mais nove pessoas de formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.


A revolta da emissora de Macedo é por ter considerado que a concorrente foi a única – em relação às outras emissoras da TV aberta, Rede TV, SBT, Bandeirantes e TV Cultura – a dar maior destaque ao acontecimento. Enquanto os demais telejornais no último dia 12, quarta-feira, veicularam esta notícia com menos de 3 minutos, o Jornal Nacional usou mais de dez minutos do seu tempo para falar sobre tal fato. Especulações apontam que a TV Globo aproveitou a denúncia do Ministério Público para atacar a TV Record. Segundo André Hemetrio de Alcântara, estudante do sétimo período de Jornalismo da Faculdade Estácio de Sá de Belo Horizonte, a emissora de Macedo está crescendo e por isso a da família Marinho estaria sendo ameaçada. “A Record vem investindo em novas estratégias de programação que visa rivalizar com a Globo e por isso ela está acuada”, salienta. André também diz quais as conseqüências que isso pode causar para uma televisão que tende a crescer e tomar melhores posições. “A Rede Manchete foi um exemplo da injusta e interesseira concorrência que tem na mídia e isso resultou na sua falência”, conta.


A TV Globo aproveitou o ensejo das denúncias e colocou a Igreja Universal do Reino de Deus na frente da batalha. Edir Macedo e mais nove são acusados também de superfaturamento na venda de espaços publicitários para a Igreja Universal, com o intuito de beneficiar a emissora. Segundo o Jornal Nacional, um relatório da polícia afirma que os denunciados usariam o dinheiro dos fiéis para benefício próprio e do grupo Record de comunicações.


Paula Fernanda Aguiar, também estudante de Jornalismo, conta a sua percepção jornalística em meio aos ataques intermídia. “O incômodo da Globo não é o Edir Macedo e nem a Universal em si, mas, sim, a Record que vem crescendo sua audiência com bons programas, como o Domingo Espetacular batendo de frente com o Fantástico, que particularmente não o vejo mais”, explica. Em enquete realizada pelo portal Terra, com a pergunta “De que lado você está na “guerra” entre Record e Globo”, o público tem defendido a emissora de Edir Macedo com aproximadamente 40% dos votos, contra 30% apoiando a concorrente. A opção na enquete “Não opino em nenhuma das duas”, estava com 27%.